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“CHORO E ESPERANÇA”: EXPERIÊNCIAS, PRÁTICAS E CONHECIMENTOS MUSICAIS COMPARTILHADOS. VIOLÕES DA UFRJ E ASSOCIAÇÃO DO MOVIMENTO DE COMPOSITORES DA BAIXADA FLUMINENSE JUNTOS EM TEMPOS DE PANDEMIA”
Pedro Costa, Pedro Brandão, Luiza Beatriz, Lucas William, Daniel Haddad, Lucas Dal Lacqua, Guilherme Nishijima, Jandivison Guilerme, Bartolomeu Wiese

Última alteração: 2022-01-22

Resumo


Será apresentada uma parceria realizada durante a quarentena de 2020, feita entre dois grupos instrumentais, o Violões da UFRJ e a AMC (Associação do Movimento de Compositores da Baixada Fluminense). Esta parceria se deu através da composição inédita “Choro e Esperança”, do compositor Luis Barcelos. Instrumentos como bandolim, cavaquinho, violões de 6 e 7 cordas, bem como flauta, clarinete, tamborim, pandeiro e cajón estão presentes na interpretação da composição. Como se trata de uma composição no estilo “choro”, sabe-se que o rigor de se tocar estritamente o que está na partitura de uma música erudita, já não é tão determinante aqui. A partitura continua sim sendo uma importante referência, permitindo inclusive que os músicos toquem a distância, cumprindo uma função informativa sobre os fenômenos musicais, porém, em linguagens de músicas populares, há um alto nível de liberdade interpretativa, onde, por exemplo, cada vez que o tema é apresentado, ele é tocado de um jeito diferente, alongando a duração de uma nota e encurtando outra e até mesmo adicionando notas, ocasionando assim em diferenças interpretativas que vão criando mais interesse musical para o ouvinte. Dessa forma, tentamos aplicar esse conceito de musicologia audiotátil, onde se estabelece que através de vivências e experiências de cada individuo, haverá uma resposta sensório-motora ou psicocorpórea que fará com que ele internalize a escrita musical (a partitura), e partir dali, passe a tocar o que tem na memória, havendo assim um “apagamento” da escrita, onde esta passará a não ter mais relevância. O que o músico terá, então, é uma imagem fina criada pela sua memória motora, como, no caso do violão, a digitação de mão esquerda e mão direita, qual timbre usar, em qual região dedilhará as cordas. No caso de “Choro e Esperança”, observa-se que o compositor deixa escrito somente a cifra alfanumérica e dá total liberdade para os músicos improvisarem o ritmo que quiserem. Estas “lacunas em branco” se tornam então um espaço de criação, onde, a partir de sua vivência, cada músico poderá chegar em resultados completamente diferentes, partindo de um referencial em comum que é a partitura.

 


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