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Claudio Santoro e Silvia Berg para violão e violão de oito cordas (Brahms)
Vitor Botelho Sampaio, Fernando Donizete Genari

Última alteração: 2022-01-22

Resumo


A presente proposta de recital consiste na execução, pelo Duo Botelho-Genari, de obras dos compositores: Claudio Santoro e Silvia Berg, todas transcritas para duo de violões (violão de seis cordas e violão de oito cordas Brahms)

De Claudio Santoro serão executadas as Paulistanas número um, dois e três do ciclo de sete Paulistanas para piano escritas em 1953, peças que caracterizam o período Neo-folclórico do compositor. De menor duração, a Paulistana número uma marca a simplicidade e engenhosidade do compositor ao escrever uma peça com um sutil contraste entre modalismo e tonalismo entre as duas secções e uma melodia característica da canção brasileira. Já a segunda paulistana transporta o ouvinte para o universo da Catira, dança indígena transportada para viola caipira por Padre Anchieta e comum às práticas musicais do interior de São Paulo. Esta obra se assemelha à uma representação “naif” do interior paulista, corrente bastante vigente nas artes plásticas da época. A número três retoma o motivo e os materiais musicais da Paulistana número um e os desenvolve de outra forma, com um caráter pueril e ao mesmo sofisticado.

Também será executada a obra, The White Roses Fragrance (A fragrância das rosas brancas) da série para piano solo “Remembering from a House” (Aspectos de uma Casa) que foi composta no final de 2007 por encomenda de Valéria Zanini. “Aspectos de uma Casa” é uma alusão à casa de infância da compositora e às lembranças dos primeiros estudos de piano, e aos seus processos composicionais associados aos aspectos pedagógicos e técnicos da abordagem da técnica do piano. Esta pequena peça é um estudo de sonoridades, de utilização de pedal e de cumulações harmônicas a partir de elementos estruturais cuja construção harmônica é realizada por um jogo sutil de relações intervalares, baseadas em sobreposições de motivos rítmicos.

Todas as obras escolhidas se relacionam de alguma forma com aspectos regionais da música brasileira e a opção pelo uso não convencional do violão junto ao violão Brahms transportam tais obras para um novo universo sonoro rico em timbres e texturas, características dos instrumentos de cordas dedilhadas e proporcionam a expansão do repertório camerístico de tais instrumentos no âmbito da música brasileira.

 


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