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No Brasil Desconhecido: Compositores Tonais da Primeira Metade do Século XX
Durval Cesetti

Última alteração: 2022-01-22

Resumo


Esta proposta de recital inclui obras de seis compositores muito pouco conhecidos, mesmo entre pianistas e músicos brasileiros:

Valsa no. 3, Manoel Faulhaber (1867-1922)

Tarde na Clareira, Silvio Deolindo Fróes (1864-1948)

2 Prelúdios, Paulo Florence (1864-1949)

Improviso (“Tempestade”), Lydia Amaral (?-?)

Minueto, Agnello França (1875-1964)

No Brasil, Carlos Pagliuchi (1885-1963)

Todas estas obras jamais tinham sido anteriormente gravadas e são o resultado de um projeto de pesquisa dedicado a descobrir e registrar obras pouco conhecidas, especialmente aquelas que ainda encontram-se em manuscrito. Podemos especular que parte da razão destes compositores tenham permanecido com pouco renome durante suas vidas é o estilo de suas obras, que tendem a ser tonais, não se destacando nem por serem alinhadas a algum movimento mais avant-garde e também não possuindo características tipicamente “brasileiras” – exceto a última, ironicamente composta por um pianista e regente italiano que emigrou para o Brasil e fez grande sucesso tocando em cinemas. Pouco se sabe sobre Manoel Faulhaber, além do fato de ter estudado com Alfredo Bevilacqua, mas sua Valsa No. 3 poderia ter sido composta por Schumann, com transições muito imaginativas entres suas seções. O baiano Silvio Fróes compôs 2 ciclos de “Paisagens Tropicais”, sendo que a Tarde na Clareira pertence ao 2o ciclo; apesar de serem mais europeias do que tropicais, são obras de um refinado senso harmônico e pianismo sofisticado. Paulo Florence, por sua vez, figura importante na história de Campinas, mostrou em seu primeiro prelúdio uma canção de ninar brahmsiana de enorme sensibilidade e, no segundo, uma peça tumultuosa em fá menor que acaba tão logo começa. Lydia Amaral, chamada de “a Chaminade brasileira” por Souza Lima, foi a mãe de Tarsila de Amaral e acabou eclipsada pelo renome da filha. Já Agnello França foi o aluno preferido de Alberto Nepomuceno e professor de Villa-Lobos, Gnattali e Gallet, entre outro; neste Minueto, ele mostra sua habilidade de compor com grande verve e elegância.

 



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