ANPPOM, Comunicações Artísticas

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O reflexo do pífano na música popular brasileira: uma abordagem dos motivos melódicos da escala nordestina
Leonardo Araujo Silva, Rucker Bezerra Queiroz, Ezequias Oliveira Lira

Última alteração: 2022-01-22

Resumo


O trabalho proposto tem como meta apresentar o estudo de pesquisa artística nas composições autorais: Motivos do Agreste e Maturí. Composições que foram criadas através dos motivos melódicos intrínsecos nas composições das bandas de pífanos e dos cantos entoados nos grupos de bacamarteiros do Agreste de Pernambuco. Manifestações que desenvolvem em suas atividades culturais uma forma de composição musical que representa a descrição social do seu povo. Descrição na qual revela a criatividade do improviso denominada por mote fragmento de melodia apresentado para criação musical simultânea de um baião, de um xote ou de um coco durante o espetáculo do grupo. O objetivo é divulgar o repertório no XXXI Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música – ANPPOM 2021. Destacando os aspectos técnico interpretativos, através do idiomátismo do pífano nos fragmentos e motivos melódicos executados nos modos dórico, lídio e mixolídio, característicos na construção da escala nordestina. Além disso, inseri um modelo de arregimentação com instrumentos convencionais e instrumentos da Banda Zé do Estado na execução da música A briga do cachorro com a onça do compositor Sebastião Biano (1919-). A fundamentação teórica é baseada na paisagem sonora no estudo de campo acústico (SCHAFER, 1997), no pífano como significação social (VELHA, 2009), nos aspectos técnico-interpretativos (SILVA, 2014), nos aspectos da música nordestina (QUEIROZ, 2014), nas influencias árabes no folclore brasileiro (SOLER, 1995), no regionalismo e rudimentos fonéticos (BENCK, 2004), nas adaptações trimbrísticas (ALOAN, 2008), no modalismo (SIQUEIRA, 1981) e no estudo da pesquisa artística (LOPEZ CANOS, 2015). A metodologia utilizada foi a experimentação timbrística dos instrumentos, baseado na formação dos folguedos e manifestações culturais. A viola nordestina de 10 cordas com o timbre do repente e o contrabaixo mantendo o pedal da estética da Música Armorial. A bateria e a percussão terão as funções rítmicas de diálogo com o pífano, utilizando a métrica dos instrumentos de percussão característicos das bandas de pífanos com células rítmicas do coco, do baião e do caboclinho que estão inseridas nos arranjos. Nestas obras, misturamos técnicas tradicionais e estendidas, acrescidas num diálogo sonoro de um breve repertório voltado à música regional nordestina

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