Este artigo pretende apontar as contradições entre o discurso das narrativas teóricas da colaboração musical e os relatos de casos colaborativos entre compositores e intérpretes. O objetivo é investigar de que maneira os enunciados conceituais dessa temática se relacionam com uma práxis. A hipótese a ser esclarecida é que as experiências empíricas vinculadas ao tema da colaboração tendem a explicitar condutas musicais notáveis nas ações dos agentes envolvidos nas interações. Tais condutas nos apontarão limites sobre a ideia de ‘horizontalidade’ comum no discurso sobre colaboração e nos permitirão elucidar o funcionamento do termo em âmbitos teórico e prático, podendo este então ser encarado como um sistema ético-musical.