ANPPOM, XXXIII Congresso da ANPPOM

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A performance de Heraldo do Monte no fonograma Baiana (1981) do Grupo Medusa a partir de apontamentos de Mário de Andrade sobre a musicalidade dos cantadores repentistas.
gabriela gonzalez

Última alteração: 2023-09-26

Resumo


Este artigo procura analisar a performance do guitarrista Heraldo do Monte no fonograma Baiana (1981), do Grupo Medusa, através de elementos de caracterização da musicalidade nordestina registrados na literatura modernista brasileira. Mesmo voltada para um projeto de formação de identidade nacional amplo, cuja ferramenta seria a produção de uma música erudita com elementos nacionais ou folclóricos, a designação de traços particulares da música do nordeste brasileiro feita por Mário de Andrade na década de 1920 pode ser aproveitada para a análise de uma produção musical dos anos ‘80, apesar das diferenças de contexto entre ambas as épocas. O Grupo Medusa, formado na cidade de São Paulo (SP) é um representante da música instrumental brasileira que foi privilegiado com a participação de dois importantes guitarristas no decorrer de sua curta trajetória (1979-1983): Heraldo do Monte e Olmir Stocker, músicos que se destacaram por criar uma forma “brasileira” de tocar guitarra. A mistura de diferentes matrizes (rock progressivo e baião, por exemplo) na sua musicalidade, além de estético, tem um significado histórico. A partir de trechos do improviso de Heraldo do Monte em Baiana, transcritos pela autora, pretende-se apontar nesta obra a incidência de três aspectos da nordestinidade catalogados por Mário de Andrade: escalas com “sétima abaixada”, ligado “peculiar” e “afinação originalíssima”, considerando-os um conjunto de elementos brasileiros na agregação sonora do grupo.


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