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Através do relato autoetnográfico de processo criativo realizado em 2020 (período de isolamento social devido à pandemia de Covid-19), pretendo apresentar ferramentas inventadas como recurso para a criação musical naquele contexto, especialmente para a criação colaborativa. O relato é amparado pelo conceito de “invenção” desenvolvido por Gilbert Simondon em Imagination et Invention (1965-66), e foi pensado da perspectiva da pesquisa artística. Embora criadas para solucionar problemas inerentes ao contexto, essas ferramentas foram integradas a processos criativos posteriores, constituindo-se como vocabulário de minha prática. No processo relatado, a improvisação é o método primário de desenvolvimento das ideias musicais, e as imagens visuais (seja como recurso operacional, através de partituras gráficas; ou poético, como meio de evocação de imagens sonoras) são de central importância, aparecendo também na apresentação final da peça que se constituiu como obra audiovisual. Assim, o objetivo do trabalho é demonstrar possibilidades de agenciamentos entre imagens sonoras, imagens visuais e tecnologia inventadas a partir da impossibilidade da colaboração entre instrumentistas e compositores de maneira presencial.