Este texto trata-se do recorte de uma pesquisa de Iniciação Científica em andamento. Tem como finalidade investigar os processos que envolvem a Batalha do Feira VI, que é um evento de Hip Hop que acontece periodicamente na praça do bairro Feira VI, na cidade de Feira de Santana. A partir da análise das vivências e problemáticas relacionadas a este contexto, sobretudo com foco na experiência da Batalha enquanto uma prática musical afrodiaspórica, no contexto de Feira de Santana, produtora e difusora de conhecimentos músico-pedagógicos e identitários, vem sendo produzido um documentário audiovisual. Toda análise fomentará a investigação a fim de apresentar perspectivas e possibilidades de trabalho músico-pedagógico. Sabendo da influência da colonialidade do saber nos processos institucionalizados de formação musical, quase sempre orientados por padrões europeus de pensamento musical que constituem as escolhas metodológicas, de conteúdo e de repertório trabalhado em sala de aula, o rap, assim como toda a cultura Hip Hop, apresenta-se como um campo potencial de possibilidades decoloniais e/ou contracoloniais para pensar a formação institucionalizada em música. Os processos investigativos têm como base a pesquisa etnográfica, que se deu a partir da inserção nas atividades da batalha do Feira VI e em entrevistas cedidas pelos organizadores do evento. A escolha da etnografia está ligada ao foco principal da pesquisa, que é conhecer uma realidade particular em sua profundidade. Neste texto apresentarei uma problematização com base na minha revisão de literatura com o objetivo de fomentar a inclusão desta prática musical nas perspectivas músico-pedagógicas contemporâneas.