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Este trabalho propõe demonstrar a relação entre o compositor paraibano José Siqueira e o violoncelista russo Mstislav Rostropovich através da II Sonata para Violoncelo e Piano (1972). Assim, exploramos a literatura do violoncelo daquele período, bem como elementos que vieram a influenciar Siqueira em seu processo composicional. A partir de referenciais como Siqueira (1981), Aquino (2006), Santos (2016) e Silva (2023), sugerimos a presença de sonoridades, em trechos específicos da Sonata, que são similares aos gestos oriundos da Primeira e Terceira Suítes para Violoncelo Solo do compositor britânico Benjamin Britten – contemporâneo de Siqueira e amigo pessoal de Rostropovich. Assim, através do processo comparativo de excertos – incluindo partituras e registros fonográficos – pudemos vislumbrar com maior nitidez outros importantes traços composicionais em Siqueira, além daqueles provenientes das manifestações culturais da música do Nordeste brasileiro. Pelo meio desta investigação, constamos um dualismo entre o regionalismo – traço mais marcante na obra de Siqueira – e elementos da música contemporânea europeia na obra do compositor paraibano. Com isso, apresentamos uma perspectiva mais abrangente de Siqueira, o que nos auxilia a compreender de forma mais ampla a sua obra, ao mesmo tempo em que denotamos que a ligação entre Siqueira e Rostropovich vai além da simples dedicatória presente na II Sonata.