Este trabalho apresenta um mapeamento quantitativo das programações de 43 anos da OSUSP, uma orquestra universitária profissional, sediada na USP, com 47 anos de atividade ininterrupta. A pesquisa quantitativa aqui apresentada é uma parcela de um levantamento quantitativo inédito chamado “OSUSP em números” e conta, nesta comunicação, com dados acerca da nacionalidade dos compositores e compositoras que tiveram obras executadas pela orquestra. A metodologia empregada para o mapeamento de dados deriva de levantamentos semelhantes em orquestras como o de O’Bannon (2016) ou Weber (2011). Nesta comunicação, discutimos as limitações que esta metodologia de análise panorâmica de programações orquestrais implica. Os dados levantados apontaram uma forte presença de música brasileira no repertório, mas não sobrepondo obras do cânone europeu, como demonstrado nos infográficos criados para esta comunicação. Visando iniciar um debate qualitativo, os dados estão aqui analisados a partir de teorias do cânone (como as de Kerman e Shreffler) demonstrando como há a coexistência de um cânone central europeu com o que se pode chamar de um “cânone paralelo”, sendo este muito determinado também por limitações de arquivo e de recursos financeiros da orquestra.