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Este texto apresenta dados de uma etapa concluída da pesquisa O que quero com a música: estudos musicais entre adultos com outras ocupações profissionais. Os objetivos específicos foram: conhecer o perfil desses alunos e suas motivações para buscar o estudo de música; analisar a relação pessoal que estabelecem com a música, e entre os estudos atuais com suas experiências musicais anteriores; verificar como se relacionam com as propostas pedagógicas nos espaços em que estudam. Os participantes da pesquisa foram indivíduos com 35 anos de idade ou mais, cujas aulas de música ocorriam de forma regular há no mínimo seis meses e no máximo três anos nos diferentes espaços em que estavam matriculados por ocasião da coleta, realizada com o uso de entrevistas narrativas. São apresentados dados relativos a três participantes, de idades, classes sociais e escolas distintas, onde estudavam instrumentos. Todos revelaram relações significativas com a música na infância e juventude, que, analisadas com os referenciais teóricos de Pierre Bourdieu, possibilitaram a formação de capital cultural incorporado, enquanto a herança de instrumentos musicais ou coleção de vinis constituía capital cultural objetivado. Já as experiências com a família e amigos, marcadas pela interação e afetividade, foram interpretadas com elementos teóricos de Henri Wallon, da psicologia cognitiva, que permitiram discutir as relações entre afetividade e aprendizagem. Foi possível constatar uma forte ligação entre os estudos musicais atuais e as relações significativas estabelecidas anteriormente com a música, que, em certa medida, buscavam resgatar.