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O presente trabalho apresenta reflexões sobre a construção do violão de acompanhamento de Toninho Horta relacionando sua prática musical ao campo sociocultural da música popular instrumental produzida em Minas Gerais, notadamente na cidade de Belo Horizonte (MG), a partir dos anos 1970. Tendo como objetivo compreender o modo como o músico se tornou o representante mais célebre do que se convencionou chamar de violão mineiro e escola mineira de violão, pretendeu-se aqui confrontar uma visão socialmente construída sobre o músico e sobre seu trabalho com elementos de sua prática violonística. Para isso, buscou-se entender a dinâmica de conformação do campo da música instrumental para violão na capital mineira a partir da observação de algumas das produções musicais aí realizadas, das relações estabelecidas entre os músicos desse meio, além do papel do jornalismo cultural e da crítica como agentes que contribuíram para dar uma feição específica a esta cena musical. Como última etapa foi realizada uma análise do violão de acompanhamento de Toninho Horta gravado na canção Quadros Modernos, com o quarteto vocal Cobra Coral em 2012. Concluiu-se que a já bastante difundida percepção que se tem de Horta como um músico que dá especial atenção a práticas instrumentais relacionadas à harmonia é reforçada na música analisada. Foram revelados procedimentos de acompanhamento por vezes mais conectados ao idiomatismo do violão (voicings e arpejos) e outros mais voltados a técnicas de arranjo (contracantos e linhas melódicas complementares dentro de progressões harmônicas), embora sempre vinculados às características e potencialidades do instrumento.