Neste artigo apresentamos uma primeira tentativa de compreender, por meio de epistemologias não-hegemônicas, uma característica recorrente em formas de se cantar samba. Aqui focamos no aspecto do timbre e nas relações constituídas socialmente a partir desse elemento por meio de cosmopercepções da cultura Yorubá. Para tanto, nos referenciamos aos conceitos de colonialidade de gênero, de Maria Lugones (2019), para justificar a necessidade de novas ferramentas analíticas nos estudos em música popular, e à noção de Ialodê, apresentada pela primeira vez como referencial teórico por Jurema Werneck (2007). Complementamos essa perspectiva ao traçar um paralelo entre as vozes faladas e cantadas nos terreiros, as vocalidades de mulheres sambistas e a influência dos orixás.