O ensino de piano no Brasil foi institucionalizado a partir de um intenso processo de colonização, onde seu estudo formal consolidou currículos, conteúdos, objetivos, ferramentas e abordagens metodológicas vinculadas à música erudita ocidental. Considerando esse contexto, nos propomos a analisar a atual conjuntura da colonialidade no ensino de piano e propor reflexões, a partir dessa realidade. Utilizaremos como suporte uma pesquisa quantitativa que contempla professores de instituições diversas, desde universidades e instituições/conservatórios antigos até o campo de aula particular, buscando considerar cada singularidade dos variados tipos de ensino oferecidos. Os resultados reunidos, mostram que ainda há fortes amarras da colonialidade na forma de ensino do piano, sempre tendendo para música erudita como única forma de organização de currículos e possíveis abordagens. A partir disso, entendemos que a forma de pensar e fazer música no Brasil se distancia muito da realidade do país como um todo, sendo urgente repensar tal ensino e considerar as brechas e rupturas decoloniais, ampliando e incorporando novas estratégias curriculares que conversem com as características e singularidades da música no país.