ANPPOM, XXXIII Congresso da ANPPOM

Tamanho da fonte: 
O conservatório mediante a corporalidade musical e os estudos de gênero
Hugo Romano Mariano, Jorge Luiz Schroeder

Última alteração: 2023-12-14

Resumo


Este trabalho versa sobre ensino de música no conservatório, estudos de gênero e corpo. A partir de dados públicos disponíveis no site de um conservatório erudito do interior do Estado de São Paulo, foram analisados os currículos do corpo docente, e atrelado a isso, foram analisadas também algumas interlocuções estabelecidas com seis pessoas que estudaram ou trabalharam em diversas instituições de ensino de música no conservatório. A noção de “corporalidade musical”, de Autor (2006 e 2010), e a conceituação de gênero, de Helena Altmann (2015), entre outras, foram tomadas metodológica e educacionalmente para pormenorizar as especificidades de se pensar o ensino de música amalgamado aos padrões de masculinidade, feminilidade e neutralidade. As reflexões aqui apresentadas são frutos de uma pesquisa de doutorado em andamento, e pelos dados levantados até agora, foi observado que o corpo docente da instituição referida é formado por 78% de homens espalhados por quase todos os postos de trabalho, e mesmo as professoras tendo formações acadêmicas mais avançadas, elas exercem somente as modalidades do canto coral, violino e matérias teóricas, sendo fatos que, em certa medida, espelham parte da literatura consultada. Depreende-se disto que os conhecimentos feministas e também antirracistas maiormente evidenciam e problematizaram as questões de gênero no conservatório; que o corpo, mediante a música, precisa ser problematizado no referente aos binarismos sexuais e concepções estritamente biológicas, maquínicas e fisiológicas, e; diante da educação musical e do gênero, o conservatório tem historicamente se mostrado em fluxo, estando atualmente sob a égide masculina.

Texto completo: PDF