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Este artigo tem como objetivo compreender a noção de Indeterminação, conforme articulada nos enunciados de John Cage, pela via do conceito de perturbação literária, segundo Jacques Rancière. Por entendermos que a análise de Rancière sobre a literatura pode se estender a arte em geral, e por analisarmos a questão no debate musical, propomos a utilização do termo "perturbação estética" contextualizando-o a partir das inquietações introduzidas na arte pelo regime estético. Posteriormente sintetizamos, com base nas proposições do autor, alguns mecanismos que tentaram conjurá-la. Entre esses, damos ênfase à noção de 'convenção' decorrente das análise de Rancière sobre os atos de ficção de John Searle. Concluímos que esta ferramenta conceitual nos possibilita compreendermos de que modo Cage, a partir de uma retórica de aparente liberdade, estabelece uma distância regulada entre compositor, intérprete e ouvinte.