Este trabalho aborda um recorte da pesquisa sobre o canto crossover no Brasil, partindo da prática de canção. O canto crossover se caracteriza pela habilidade de um cantor(a) em transitar entre gêneros distintos, trabalhando técnicas vocais diferentes, sendo aplicado mais comumente a cantores que trabalham com prática de repertório de música de concerto e popular. O objetivo deste artigo é apresentar, por meio de revisão bibliográfica, uma breve conceitualização sobre o que é a música e o canto crossover, como meio de pensar em possibilidades para a escolha de um repertório crossover a ser estudado. As principais bases teórico-metodológicas, até o momento, são os trabalhos de Helen Marques (2019), Carlos Eduardo Nascimento (2016), e Helen Tormina e Angelo Fernandes (2021), embora muitas incongruências se mostrem presentes em suas pesquisas, no que diz respeito a conceitualização e delimitação do canto crossover. Como conclusão, fica claro que muito ainda precisa ser analisado sobre a conceitualização do tema, inclusive a necessidade tanto de adentrar em conceitos sobre hibridismo e identidade para então chegar a uma definição mais consistente de repertório crossover, quanto de conceituar técnicas vocais empregadas na execução do repertório escolhido, explicando quais ajustes vocais (timbrísticos e musculares) ocorrem nas diferentes abordagens vocais utilizadas.