Última alteração: 2022-11-28
Resumo
A presente comunicação discute a participação de músicos no movimento abolicionista na fase de 1880 a 1882, no Rio de Janeiro (RJ), mais especificamente durante as Conferências Emancipadoras. Buscou-se destacar um ativismo pioneiro naquele que é considerado um dos principais movimentos sociais da história brasileira e como performances e repertórios distintos foram usados para divulgar e ampliar a participação popular na campanha. Embora o ingresso de músicos já venha sinalizado nas primeiras obras historiográficas sobre o tema fez-se necessário atualizar o nome dos integrantes, profissionais e amadores. Esse levantamento e a análise subsequente, redimensionados a luz de novas fontes, especialmente através dos periódicos fluminenses, pretendeu verificar um ativismo específico de músicos negros e mestiços, inserções e inovações no campo musical. Foram acessadas ainda outras fontes buscando preencher lacunas que cercam a vida desses indivíduos, suas obras e opções profissionais. Presentes e frequentemente anônimos na historiografia, o desafio foi relacionar tais indivíduos às estruturas cotidianas e às mudanças advindas do ativismo musical nas Conferências Emancipadoras. Vale dizer, quando e em que proporção performances e criações, em uma conjuntura de luta abolicionista, penetraram na vida cotidiana e até quando perseveraram. Destacou-se a trajetória do violinista negro Guilherme Cantalice.