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Na área das Artes, como nas Visuais e Cênicas, Arte Interativa é o conceito que define as obras concebidas de modo a superar a passividade do receptor no processo de criação, significação e fruição. Tal conceito transformou-se de modo a aumentar o papel do corpo na obra, tanto do artista quanto do público. Similarmente, esse movimento ocorreu no desenvolvimento da Ciência Cognitiva, uma vez que seus paradigmas progrediram visando cada vez mais a centralidade corporal para a explicação do conhecimento (VARELA et al., 2003). No entanto, quando a bibliografia especializada, como em Dias (2014) e Miskalo (2009), se referem às obras musicais interativas, encontramos majoritariamente obras eletroacústicas nas quais a interatividade se estabelece em uma relação entre sistema computacional/interface e instrumentista, pouco incluindo o público/interator, diferentemente das outras artes. As obras musicais interativas parecem estar próximas dos paradigmas cognitivistas (OLIVEIRA, 2003) apoiando-se em processos criativos algorítmicos, controle central, ação/reação pré-determinadas, enquanto nas demais artes, as obras interativas se aproximam mais do paradigma dinâmico da cognição. Com uma leitura do desenvolvimento do conceito de interatividade na área da Arte à luz dos paradigmas da cognição, utilizando autores como Varela (2003) e Gibson (1966, 1979) e, segundo a experiência do processo composicional da instalação sonora “Presenças”, conjecturamos que o Paradigma Dinâmico pode ser um arcabouço teórico e estético coerente para contribuir na criação de obras musicais interativas que buscam lidar com uma interatividade mais dinâmica, ou seja, com uma interatividade tal qual como ela é vista nos outros domínios artísticos.

Interatividade, Cognição musical, Enacionismo