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O artigo trata de uma investigação ocasionada pela percepção de que as formas hodiernas de fruição musical poderiam reconfigurar o sentido de certa tradição musical. O autor, envolvido com a pesquisa de gestualidades vocais, notou ao longo de seu percurso que a escuta de canções por meio de plataforma digitais orientava um mecanismo de recomendação maquínico que agenciava vínculos e estreitamentos estético-musicais. Surgiu então a vontade de perceber como tais vínculos construía um nexo em relação a uma noção de tradição da canção brasileira, tradição esta entendida por meio das propostas de Marcos Napolitano e Luiz Tatit. Apresenta-se aqui apontamentos provenientes da cartografia das controvérsias (Teoria Ator-Rede), que não apresenta repostas definitivas, dada a realidade semovente que experimentamos, mas nos coloca diante de uma realidade associativa que produz pertencimento por meio de uma agência não-humana, capaz de reconfigurar o sentido da tradição da música popular brasileira.

Tradição, Música Popular, Algoritmos.