A ansiedade na performance musical (APM) é identificada como uma apreensão persistente que compromete as capacidades performativas em público, afetando instrumentistas e cantores em contextos diversos (a solo ou em grupo) de performance (BRODSKY, 1996; RYAN; ANDREWS, 2009; SALMON, 1990). Os sintomas, de acordo com Kenny (2011; 2016), incluem um conjunto de respostas cognitivas (sentimento de medo, tensão, pânico, pensamentos negativos), comportamentais (postura retraída, falhas técnicas, tremores) e fisiológicas (hiperventilação, salivação, batimento cardíaco acelerado, problemas gastrointestinais) que podem ocorrer antes, durante e depois da performance (PAPAGEORGI; HALLAM; WELCH, 2007). Assim sendo, o objetivo principal desse trabalho reside em apresentar, discutir e relacionar os preditores de ansiedade (PA), derivados da pesquisa de Barros (2022), com a APM no contexto do ensino superior de música, sendo eles: (i) fatores situacionais, (ii) percepção social, (iii) variáveis individuais, (iv) sintomas psicofisiológicos, (v) gênero, (vi) experiência de performance e idade, e (vii) cultura institucional. O estudo dos PA fornece uma compreensão alargada das características da APM no contexto universitário, evidenciando a necessidade de apoio institucional para os/as estudantes lidarem com a APM. Sugerem-se mudanças na grade curricular e abordagem de ensino, assim como novas possibilidades de pesquisas. Ressalta-se que a instituição de ensino e o corpo docente têm fundamental importância na inserção de um ensino mais inclusivo, que gere saúde e bem-estar e forme músicos/musicistas mais bem preparados/as física e mentalmente para o mercado profissional.