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Musicando as margens: violências de gênero e suas intersecções com classe e raça em escolas de música do Rio de Janeiro e São Paulo
Última alteração: 2023-11-11
Resumo
A pesquisa examinou a percepção que jovens que frequentam ou frequentaram universidades, e que iniciaram seus estudos de música em programas extracurriculares, têm sobre suas identidades sociais e musicais. Também observou possíveis representações de suas identidades futuras, com base na teoria da autorregulação dos possible selves de Markus e Nurius. Este artigo concentra-se num dos temas que emergiram da pesquisa: violências de gênero, e suas intersecções com classe e raça. O estudo se deu durante o período de isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19, com entrevistas semiestruturadas realizadas pela plataforma Zoom com 30 jovens e 10 outras pessoas entre: professores, administradores e pais de egressos dos programas. A análise das entrevistas sugere que a participação nos programas possibilitou, em alguns casos, o desenvolvimento de habilidades musicais e sociais, projeção de identidades de autonomia no futuro, consciência social crítica e autoconsciência; por outro lado, mostra que violências de gênero e intersecções com violências de classe e raça subjazem às instituições e se reproduzem nas formas do que Foucault chamou de micro-poderes, nas quais as instituições atuam na materialidade sobre os corpos e o cotidiano das pessoas, refletindo estruturas de poder dos níveis macro da sociedade.
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