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A politextualidade como possibilidade polifônica para a performance vocal solo
Última alteração: 2022-09-20
Resumo
A polifonia é um conceito muito antigo e conhecido na música, tendo sua sistematização iniciada na música sacra medieval, com o desenvolvimento do contraponto e da prática do organum paralelo; para que seja realizado o contraponto, são necessárias mais de uma voz em sua execução. O filósofo da linguagem russo Mikhail Bakhtin utilizou-se do conceito de polifonia filtrando o cerne de sua definição, enxergando sua presença na obra literária de Dostoiévski, criando assim um conceito capaz de analisar a multiplicidade de vozes em um romance. Trazendo da literatura o conceito de romance polifônico de Bakhtin, o objetivo deste trabalho é apresentar a ideia de polifonia vocal solo a partir da politextualidade. Para isso, foi realizada uma discussão através de dois pontos: o levantamento histórico sobre a ocorrência da politextualidade nos motetos isorrítmicos medievais e a utilização adaptada dos conceitos linguísticos de intertextualidade, hipertextualidade e transtextualidade . A partir da discussão conceitual, será empreendida a análises da peça Duas distâncias, de Silvio Ferraz, a partir dos textos Os livros o carpete, de Annita Costa Malufe, e Ondas do mar de vigo, de Martin Codax. Propõe-se que o estudo dessas relações e as experimentações práticas de seus resultados incrementam as possibilidades artísticas do cantor em sua performance solo, além de criar subsídios teóricos para se inventar novos caminhos para a criação musical.
Palavras-chave
Polifonia; performance; politextualidade.
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