Última alteração: 2022-11-28
Resumo
A modulação em anel nasceu, no início do século XX, como uma técnica para solucionar um problema de telecomunicação, e somente após os anos de 1950 passou a ser utilizada para síntese sonora. Adiante, através dos compositores da chamada Escola Espectralista, tornou-se como modelo capaz de gerar materiais composicionais voltados também para a escrita instrumental. Este procedimento resulta em estruturas sonoras formadas por quatro diferentes frequências (alturas) que funcionam à maneira de “acordes timbres”. O objetivo do presente trabalho é mostrar como o processo de modulação de anel difere em aplicação em dois distintos contextos composicionais. Para tanto servirão de análise dois exemplos pontuais nos quais a modulação em anel assume um papel preponderante dentro da composição. Primeiramente, ao abordar a peça Mantra composta em (1970) pelo compositor alemão Karlhainz Stockhausen (1928-2007) destaca-se o uso do referido processo de modulação como meio de processamento sonoro. No segundo exemplo, Treize Couleurs du Soleil Couchent (1978) de Tristan Murail, há a aplicação do conceito de tecnomorfismo no qual a partir de um modelo matemático são extraídas estruturas sonoras usadas sucessivamente em cada parte da peça.