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Construção artesanal de violas machete no Recôncavo baiano após a patrimonialização do samba de roda (2004-2022)
Rodrigo Chaves Veras

Última alteração: 2022-11-28

Resumo


O artigo aborda a construção artesanal da viola machete, instrumento musical fundamental para alguns grupos tradicionais que praticam o samba de roda do Recôncavo Baiano, notadamente, o samba chula. No ano de 2006, foi publicado o Dossiê do IPHAN “Samba de roda do Recôncavo Baiano” e essa expressão cultural foi proclamada Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Desde então, foram realizadas diversas atividades para dar apoio à continuidade dessa manifestação cultural, entre elas a retomada da construção artesanal do instrumento.

Perante a revitalização da construção desse instrumento, que ganhou impulso após a patrimonialização do samba de roda, o objetivo do trabalho é analisar de que maneira essa retomada da prática artesanal vem sendo executada por construtores e instituições. Através de pesquisa bibliográfica, iconográfica, etnográfica  são analisadas as principais iniciativas que buscaram (re)introduzir o uso da viola machete em grupos tradicionais de samba chula. Como resultado, o artigo avalia que, apesar dos esforços de atores sociais e instituições, o processo corre o risco de não ter um caráter duradouro. O artigo propõe caminhos para que essa revitalização se torne permanente em diálogo com o papel da etnomusicologia como campo de conhecimento essencial para o acompanhamento da salvaguarda de bens musicais. O artigo busca estabelecer uma relação entre o processo de retomada da construção artesanal da viola machete após a patrimonialização do samba de roda e as políticas públicas de salvaguarda que envolvem a construção dessa singular viola brasileira.

 


Palavras-chave


Viola brasileira. Samba de roda. Organologia cultural. Patrimônio cultural imaterial. Cordofones dedilhados.

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